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Não podemos apagar o passado

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Mensagem por Rick La Ruffa Sex 26 Dez 2014, 23:25

26 de Dezembro de 2014 - 16:08

O dia estava nublado com uma leve brisa fazendo com que poucas pessoas estivessem próximos ao Portinho da Arrábida, em Lisboa. O inverno já havia chegado, e o recém contratado Richard Fernandes dos Santos era uma das poucas pessoas perto da praia, mas não se enganem, pois o brasileiro não estava aproveitando à praia, mas sim correndo pela areia tentando melhorar seu cardio.

Vestindo um moletom cinza, Richard corria sem olhar para os lados, marcando em seu celular o tempo necessário, enquanto algumas pessoas bebiam e comiam em restaurantes do outro lado da rua.


Richard Fernandes: (Falando consigo mesmo) Vamos lá, vamos lá! A estreia está próxima e eu preciso estar preparando para o meu primeiro desafio.

Ofegante, Richard continuava à correr.

Richard Fernandes: Todos devem estar se preparando, e eu também estou. No primeiro Kerosene, eu poderei fazer a justiça com minhas próprias mãos...

Ele para de correr e põe as mãos em seus joelhos.

Richard Fernandes: ... Mas para isto, preciso ser mais rápido que todos eles. Preciso ser mais forte. Mas se eles pensam que eu seguirei às regras, estão enganados. Eu sou a lei, eu dito às regras!

Richard pega uma toalha de sua mochila e passa em seu rosto, antes de tomar um gole d'água. Com isto, ele atravessa à rua e quando pega seu telemóvel percebe que recebeu três ligações.

Richard Fernandes: Três chamadas?! Veremos quem é.

Ele disca no número e então liga.

Desconhecido: Richard?! Richard meu filho?!

Richard Fernandes: Ora mãe, trocou o celular outra vez? Como está, tudo bem?

Richard anda pela calçada procurando alguma lancheria.

Mãe de Richard Fernandes: Sim, tudo está bem. Diga-me, como andas em Portugal? Sabes, tem sido difícil não ver você a mais de dois anos, passar Natais sozinhos...

Richard Fernandes: Não, não diga isto. Eu já disse mãe, mais alguns meses e eu retornarei, eu prometo. Preciso do dinheiro, senão, eu não terei onde trabalhar.

Ele para de andar e se escora na parede, com certa tristeza.

Richard Fernandes: Só mais alguns meses mãe. Não posso desistir agora, consegui meu primeiro contrato e receberei algum dinheiro pelos Shows, sei que não será muita coisa, mas será mais do que eu recebi enquanto era segurança de boates noturnas.

Mãe de Richard Fernandes: Você poderia voltar para a Polícia...

Richard interrompe.

Richard Fernandes: Não, não lembre-me disto. Não consigo ficar um dia sem pensar naquele dia, eu poderia ter salvado ele mãe. Ele poderia estar vivo, tu sabe o quão difícil foi dizer para seus familiares que ele morreu? E o pior, comigo sabendo que a culpa era minha?!

Fernandes fica com os olhos repletos de lágrimas, mas não chora.

Mãe de Richard Fernandes: Venha logo filho, estou com saudades.

Richard Fernandes: Eu irei mãe. Aguente um pouco, pois eu voltarei...

Richard Fernandes desliga seu telemóvel e logo após o coloca no bolso.

Richard Fernandes: Eu não posso parar... Não agora.

Ele limpa seus olhos, e após respirar fundo, volta a correr.
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