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O Melhor? Apenas quase.

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Mensagem por CChris Qua 31 Dez 2014, 16:55

(Nota: Esta promo supostamente passa-se em inglês, mas para uma maior compreensão da comunidade, vai ser escrita em Português.)
 
[CAM ON]
 
Pela primeira vez em algum tempo, o tempo parece que melhorou na cidade de Lisboa. As nuvens deram lugar ao sol, a temperatura, apesar de continuar fria, nota-se uma ligeira subida, muito devido à presença de luz solar e, as ruas, essas encheram-se de pessoas. Antes, as avenidas estavam vazias, apenas com mendigos e artistas de ruas a tentar ganhar a vida, mas hoje, oceanos de pessoas passeiam pela capital portuguesa para aproveitar o raro sol de Dezembro.
 
Num hotel à margem do rio Tejo, o tempo também é de agrado aos muitos turistas que escolheram a bela cidade portuguesa como destino para passar a passagem do ano. Mas não só de visitantes este hotel está cheio. Num dos quartos, de entre muitos, existe uma pessoa que não está aqui para celebrar. Essa pessoa, é Chris Wickings. O jovem lutador inglês encontra-se alojado neste hotel requintado, algo não acessível a todos, depois de ter chegado de Inglaterra. Este está sentado numa poltrona que se encontra no seu quarto, vermelha de veludo, virado para a janela que dá para uma pequena varanda, com as pernas em cima de uma pequena mesinha de madeira e totalmente encostado para trás. Chris observa tudo o que se passa no mundo exterior. As (poucas) nuvens que existem a movimentarem-se no céu, lentamente, ao sabor do vento, sem controlo de si próprias, comandadas por terceiros
 
Chris (num tom vago): Dia 5 de Janeiro vai a caminha mais longa da minha vida… a caminhada ao longo da estrada rumo à glória eterna. Uma estrada que vai juntar o meu nome com o nome dos grandes lutadores da minha família. Uma estrada que vai levar o nome Wickings muita além da nobreza inglesa, mas vincar o meu nome no mundo do wrestling.
 
Aos seus pés, Chris tem um copo de vidro que continha água. Este abaixa-se para apanhar o copo, tirando os seus pés de cima da mesa e colocando-os no chão. Depois de beber um pouca da água que tinha no copo, fica um pouco a olhar para este enquanto coloca os seus cotovelos em cima da perna e chega-se para a frente.
 
Chris: Durante muito tempo afirmaram que eu fui um erro de concepção, algo que não deveria ter acontecido, um ser que nunca deveria ter vindo a este mundo. Mas, por sorte minha ou infelicidade dos que me rodeiam, aqui estou eu.
 
Wickings faz uma pausa no seu discurso para acariciar os pelos macios da sua barba despenteada que cobria maior parte da sua cara. Enquanto o fazia, eleva mais uma vez o copo de água à sua boca, dando um suave golo e baixando outra vez a sua mão.
 
Chris (num tom mais sério e agora falando diretamente para a câmara): Quero dizer que eu não vou esforçar-me minimamente para que os portugueses que estão a ver este vídeo ou qualquer vídeo que eu meta na internet, me compreendam. Eu não vou falar a vossa língua quando chegar ao show, no vosso país. Irei falar a língua que aprendi e com que cresci, a língua que todo o mundo devia aprender a partir do momento em que começa a andar, o inglês. No dia 5 de Janeiro, quando entrar naquela arena, a única língua que irei falar é o inglês, seja para o público, para os outros wrestlers, para o homem do café, seja para o presidente.
 
O jovem inglês, bastante arrogante com este discurso de superioridade, coloca o copo de vidro em cima da mesinha que tinha à sua mesa, onde anteriormente tinha os seus pés. Com a outra mão, vai ao bolso do casaco negro que tinha por cima do corpo, única peça de roupa visível juntamente com as calças vermelhas e umas botas, altas, de biqueira de aço, negras. Chris retira então do bolso do seu casaco o seu maço de tabaco e um isqueiro quase vazio. Depois de tirar um cigarro, tenta acende-lo várias vezes, sem sucesso. O Inglês respira fundo e, mais uma vez, tenta acender o cigarro, desta vez, com sucesso. Dá um ou dois bafos e volta para a posição que estava, com os cotovelos nas pernas.
 
Chris: No dia 5 de Janeiro, a minha estrada vai começar com um grande obstáculo no meio… um açoriano chamado Henrique Coelho. E sim, eu digo açoriano e não português, porque, Henrique, tanto tu, como eu, sabemos que existe diferenças.
 
Chris dá uma passa no seu cigarro e rapidamente expele o seu fumo pelo nariz.
 
Chris: Mas, por mais diferentes que sejam, um açoriano nunca deixa de ser português. O mesmo se passa com o meu povo de Exeter, somos de longe o melhor povo de Inglaterra, mas, infelizmente, não passamos disso mesmo, ingleses… E tu, Henrique, como português que és, estas habituadas a não ganhar. Admite, qual foi a ultima vez que um português ganhou alguma coisa?
 
Chris sorri perante esta ultima afirmação, em forma de gozo. Dá mais uma passa no cigarro e a cinza, que já se ia acumulando na ponta deste, cai no chão do quarto mas Wickings pouco se preocupa com isto.
 
Chris: A única coisa de jeito que saiu do vosso país dos últimos anos foi o Ronaldo e, mesmo esse, se não tivesse passado uns anos em Inglaterra, hoje em dia seria apenas mais um jogador normal. E, passando do futebol para o wrestling, sim Coelho, tu és o melhor que Portugal tem para oferecer. E é bastante irônico, visto que o melhor wrestler do país nem um wrestler é, mas sim um judoca. Mas isso, são pormenores.
 
Wickings leva mais uma vez o cigarro à boca, dando duas passas seguidas, para depois jogar a beata para o chão do quarto e apagando-a com o pé.
 
Chris: Sabes porque é que eu posso fazer isto, Coelho? Sabes porque é que eu posso jogar esta beata para o chão do quarto em que eu estou? Porque este quarto não é pago por mim, mas sim pela UWL. Sim, o senhor presidente ofereceu-se para pagar a minha estadia neste país enquanto não arranja-se uma casa em definitivo. E sabes porque, Coelho? Porque eu sou o melhor que o wrestling britânico tem para oferecer. Porque eu, Chris Wickings, sou sinonimo de lucro, bons combates de wrestling (não de judo) e de entretenimento. Não que tu também não o sejas Coelho, ninguém te tira toda a grande capacidade que tu tens, mas, vamos olhar aos factos…
 
O jovem inglês retira os cotovelos de cima das suas pernas e, pondo-se agora numa postura direita na cadeira, faz como se estivesse a contar pelos dedos.
 
Chris: Primeiro, no wrestling, e eu falo de wrestling a sério, não daquelas companhias de terceiro mundo em que tu andas-te ai nos açores. Tu ganhas-te o Titulo Nacional da VLL, o que te tornou o quase-melhor na tua companhia. Quase-melhor. Depois foste o campeão da Vanguarda, o que, mais uma vez, te tornou o Quase-melhor da tua companhia, nessa altura dominada por… um brasileiro? Basicamente deixaste-te superar por alguém que, em tempos, foi teu escravo. Mas vamos continuar. Um ano depois, nos últimos tempos da VLL, tu tiveste uma oportunidade ao Titulo de Pesos-Pesados da VLL. Finalmente, tu ias conseguir ser o melhor, finalmente tu irias conseguir atingir o topo! Mas… o combate nunca chegou a acontecer e ficaste, para sempre, como aquele que era o “quase” melhor da VLL… e a palavra-chave aqui é “quase”.
 
Wickings ri desalmadamente perante a esta sua ultima afirmação. O mesmo chega-se para trás na sua cadeira para estar mais a vontade. Os seus risos ecoam por todo o quarto. Depois de algum tempo neste escândalo, ele recompõem-se e volta a olhar para a camara.
 
Chris (ainda a recompor-se): Sabes, Coelho, eu nasci em Inglaterra, na grande cidade de Exeter. Faço parte da família que governa a cidade à mais de quatro seculos. A minha família expulsou Napoleão Bonaparte de Inglaterra e todas as suas tropas. Somos guerreiros, habituados a vencer. Tu? Tu vens da ilha dos Açores, uma província no meio do mar. O vosso único meio de sobrevivência é o dinheiro que nós, pessoas afortunadas, deixamos ai durante as férias. Nós basicamente, damos-vos de comer. Vocês, açorianos, vivem às custas de todos os turistas que ai vão, são parasitas que se alimentam do que os outros vos dão. Cães vadios, mendigos à procura de uma esmola. Não conseguem ganhar a vida por vocês próprios, são preguiçosos, facto!
 
Chris dá mais um golo e deixa o copo de água a meio. Ele agora joga a mão ao seu cabelo que, estava preso com um elástico formando um pequeno rabo-de-cavalo. Metade negro, metade vermelho, esta é a excentricidade do lutador.
 
Chris: Mas é isto tudo que te torna tão perigoso Coelho. O facto de teres vivido num local onde sobrevivem dos outros, faz com que saibas aproveitar todas as oportunidades. Dia 5 de Janeiro, tu e eu vamos ter aquele que será o combate mais difícil da primeira ronda. Do nosso combate vai sair o lutador que irá ganhar o torneio. Os outros combates? De nada interessam. Desnivelados, one-side matches. O nosso? Entre o melhor wrestler português e O MELHOR WRESTLER INGLÊS na companhia. (Chris acena para a câmara, como que a dizer olá) Hey Hosking, tudo bem?
 
Chris ri-me suavemente, antes de, num movimento rápido e seco, jogar a água que tinha dentro do copo de vidro contra a janela fechada do seu quarto.
 
Chris: Coelho, isto sou eu a mandar a água contra a janela. Eu tenho o controlo, eu tenho o poder. Tu és a água, que está nas minhas mãos. Tu és as nuvens no céu, tornas tudo mais bonito… mas eu sou o vento, que te controla e decide para onde tu vais. Dia 5 de Janeiro, vamos ter o combate da noite, não tenhas dúvidas, onde tu podes sair vencedor… ou “quase”.
 
Chris ri, por uma ultima vez, insanamente. A imagem vai desvanecendo à medida que o tempo passa, até desaparecer por completamente.
 
 

[CAM OFF]
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Diogo Lourenço

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